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Arquitetos: SANAA
- Ano: 2006
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Fotografias:Julien Lanoo
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Fabricantes: AMAG, Cofrino, Cricursa, Goppion, Polypane Glasindustrie NV, Souchier Boullet
O projeto, inicialmente concebido como parte de um concurso internacional de arquitetura realizado em 2006, foi desenvolvido pelo escritório vencedor Prêmio Pritzker de 2010, o SANAA, em colaboração com o estúdio nova-iorquino Imrey Culbert, a paisagista Catherine Mosbach e os museógrafos do Studio Adrien Gardère.
A sutil estrutura de aço e vidro com seus mais de 360 metros de comprimento de fachada, encontra-se implantada em um terreno de mais de 20 hectares—onde antes operava uma mina de carvão.
As expectativas são altas e o Louvre de Lens espera atrair mais de meio milhão de visitantes todos os anos, uma iniciativa concebida com o principal objetivo de revitalizar a cidade pós-industrial do norte da França.
O Museu do Louvre escolheu a cidade de Lens com o objetivo muito claro de revitalizar esta antiga cidade industrial do norte da França. A decisão de implantar a estrutura em um terreno onde até os anos 1960 operava uma mina de carvão ilustra a intenção da renomada instituição museológica francesa de participar ativamente na reconversão das áreas industriais abandonadas da cidade. O Louvre Lens está localizado em um terreno de mais de 20 hectares que, abandonado por mais de meio século, havia sido tomado pela natureza. A sua topografia, como resultado da atividade de mineração, apresenta uma ligeira elevação.
A abordagem proposta pelos arquitetos japoneses do SANAA, Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa, busca minimizar a presença do massivo edifício do museu na paisagem, optando por uma estrutura horizontal e intimamente enraizada em seu contexto específico. A nova Galeria do Museu do Louvre de Lens é composta por cinco edifícios, estruturas singelas construídas em aço e vidro. Quatro retângulos acompanham um edifício central de lados iguais e superfícies ligeiramente curvas cujos ângulos se tocam de forma a conectar todos os espaços do museu.
O design foi inspirado no histórico Museu do Louvre de Paris, com suas longas alas que flanqueiam a praça central de acesso. Os arquitetos fazem menção aos barcos que um dia navegavam livremente pelo Sena, atracando no porto de Paris em linha, um amarrado ao outro. As fachadas exteriores foram acabadas em chapas de alumínio polido, as quais refletem a exuberante natureza do entorno transformado em parque público, garantindo uma perfeita fusão entre arquitetura e paisagem. Parcialmente coberto por painéis de vidro, o edifício reflete a luz natural de forma que parece ter uma aura própria e sobrenatural, permitindo ainda banhar os espaços interiores com uma suave e onipresente luz difusa.
O controle da iluminação natural se dá através de um dispositivo móvel integrado à cobertura. Quase que simulando a iluminação de um edifício abobadado, estes brises interiores permitem reter e controlar as condições de iluminação natural no interior do edifício ao longo do ano.
A nova galeria do Museu do Louvre de Lens conta com aproximadamente 28.000 metros quadrados de áreas dedicadas e uma fachada linear de 360 metros de comprimento. A leste do edifício de acesso, encontram-se a Grande Galerie e o Pavilhão de Vidro—responsáveis por abrigar as principais obras de arte da coleção do Louvre de Lens.
A oeste, encontram-se as galerias de exposições temporárias e o La Scène, um auditório monumental de última geração, cuja programação está diretamente conectada com o conteúdo das exposições.
O museu ainda inclui um grande espaço técnico, o qual encontra-se enterrado e invisível aos olhos dos visitantes. Este espaço foi concebido para acolher todas as áreas técnicas necessárias como espaços de armazenamento, conservação de obras e logística. Dois edifícios independentes acolhem os espaços administrativos ao sul, enquanto que o restaurante fica na ala norte, operando como um elemento de conexão entre os espaços do museu e o parque no qual encontra-se inserido.